Carta Branca a Vasco Sá e David Doutel no Cinanima

Publicado a 04 novembro 2019

No âmbito da celebração do seu 20º aniversário, a Agência apresenta a “Carta Branca aos Realizadores Portugueses” que, no espaço de um ano, irá percorrer os diversos festivais de cinema com sessões de celebração da cinematografia nacional do século XXI.

O décimo primeiro acto da iniciativa “Carta Branca aos Realizadores Portugueses” terá lugar em Espinho, no âmbito do Cinanima, evento que decorrerá de 11 a 17 de Novembro. O festival desafiou os realizadores Vasco Sá e David Doutel para programarem e apresentarem uma sessão elaborada por si. 

Os realizadores propõem para a sua Carta Branca uma sessão composta por 7 curtas-metragens: "Os Olhos do Farol" de Pedro Serrazina, "Historia trágica com final feliz" de Regina Pessoa, "Fado do Homem Crescido" de Pedro Brito, "Stuart" de Zepe, "Abraço do Vento" de José Miguel Ribeiro, "Outro Homem Qualquer" de Luis Soares e "Água Mole" de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves. Os filmes serão apresentados no próximo dia 15 de Novembro, às 15h30, no Centro Multimeios de Espinho.

Vasco Sá e David Doutel elucidam-nos sobre o seu processo de reflexão e programação da sessão:
Estar associado à celebração dos 20 anos da Agência da Curta Metragem é, por si só, um prazer. Ainda mais quando o que está em causa é uma amostra da história recente do cinema português na sua versão curta. Apresentar esta selecção no Cinanima, um festival muito especial para nós e para o cinema de animação em geral, torna tudo ainda mais entusiasmante.
Tivemos o privilégio de trabalhar com a maioria dos autores dos filmes que aqui escolhemos – e referimos isto porque não deixa de ser interessante que nestes últimos 20 anos esse cruzamento geracional tenha sucedido, não só connosco mas também entre outros autores. Felizmente, todos eles continuam o seu trabalho, o que acaba por retirar um eventual peso nostálgico a este “olhar” para trás e nos promete um futuro cada vez mais rico.
Todos os filmes que escolhemos têm como denominadores comuns a memória e o lugar - não de uma perspectiva histórica, muito menos saudosista. O que nos interessou neste conjunto é perceber como os diferentes autores partem das suas vivências e referências, dos “seus lugares” e os transportam para os seus filmes. Conseguimos descobrir diversas paisagens portuguesas através dos distintos registos gráficos de cada autor – todos os cenários são-nos de alguma forma familiares – os filmes passam-se aqui ao lado e aqui dentro também.
São, ainda assim, filmes muito diferentes entre si. Da ficção ao documentário, encontramos a memória que atormenta, a memória que homenageia, a memória que documenta, a memória do que fica daquilo que por nós passou.
Esta é uma selecção de filmes que começa de frente para o mar, que deambula pela solidão, pelo isolamento, pela nostalgia e que acaba a flutuar num oceano de enormes incertezas.

As acções seguintes da iniciativa “Carta Branca aos Realizadores Portugueses” terão lugar no Temps D’Images Lisboa (Paulo Furtado), seguindo-se o Inshadow Lisbon ScreenDance Festival (Rui Xavier), Caminhos do Cinema Português (João Salaviza), Porto/Post/Doc (Mónica Santos e Alice Guimarães), Monstra - Festival de Animação de Lisboa (José Miguel Ribeiro), IndieLisboa Festival Internacional de Cinema (Gabriel Abrantes), Encontros de Cinema de Viana de Castelo (Manuel Mozos), Fantasporto Festival Internacional de Cinema Fantástico do Porto (José Magro) e Leiria Film Festival (Edgar Pêra). 

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