Os filmes de animação das realizadoras Alexandra Ramires, Laura Gonçalves e Maria Trigo Teixeira foram distinguidos no Monstra – Festival de Animação de Lisboa.
Na 25.ª cerimónia de entrega de prémios do Monstra, a curta-metragem “Percebes”, realizada por Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, recebeu vários prémios. O filme, que é uma coprodução entre Portugal e França, recebeu o Grande Prémio Vasco Granja, o Prémio do Público da Competição Portuguesa Vasco Granja, o Prémio de Melhor Curta-Metragem Portuguesa e o Prémio do Público da Competição Internacional.
O júri da Competição Internacional, composto por Aida Santos, David Novack, João Apolinário, Julia Ocker e Sabine Groschup, prestou a seguinte declaração sobre a Melhor Curta-Metragem Portuguesa: “Este filme apresenta um diálogo equilibrado, matizado e multifacetado que explora os impactos do turismo na cultura e economia locais, um desafio enfrentado por cidades e vilas em toda a Europa, ao mesmo tempo que ancora a narrativa na resiliência, força e permanência de um pequeno e delicioso crustáceo.”
Além disso, o júri da Competição Vasco Granja, composto por Delphine Maury, Matilda Tavelli e Tiago Santos, comentou a sua decisão de atribuir o Grande Prémio - SPA a “Percebes”, afirmando: “O ritmo da narrativa, representado pela animação de alta qualidade e pelas suas transições entre temas, muda a perspetiva do público relativamente ao tema do filme. A utilização do termo «Percebes» simboliza a resistência e a resiliência das comunidades que vivem junto ao mar, muitas vezes exploradas pelo turismo e impossibilitadas de usufruir plenamente do seu ambiente. A estética documental combinada com a gramática do filme de animação realça a representação poética dos "percebes" e a forma como o som e a imagem transcendem os seus significados literais".
A curta-metragem “Amanhã Não Dão Chuva”, realizada por Maria Trigo Teixeira, também recebeu reconhecimento. Este filme português e alemão foi galardoado com o Prémio Especial do Júri - Max na Competição Vasco Granja. O júri elogiou o filme pela sua capacidade de transmitir emoções profundas através da animação, notando que confere dignidade e beleza a um tema universalmente desafiante: os cuidados em fim de vida e a inversão de papéis entre pais e filhos. Destacaram o uso enfático do silêncio e o movimento deliberado da animação para transmitir a sensação de um passado que se desvanece e de um futuro incerto.
