Sinopse
O ofício da ilusão esculpe-se com imagens de um arquivo de família das décadas de 70 e 80 e de pequenos excertos sonoros de filmes. Madame Bovary é a heroína de Flaubert e abre as hostes deste exercício narrativo. A partir do diálogo de Ema Paiva com o seu amigo e confidente Pedro Lumiares no filme Vale Abraão de Manoel de Oliveira, entendemos a identidade de género como uma caracterização estanque de valores sociais. Ema, que aqui representa a Mulher num sentido mais lato, herda uma vida tradicional numa sociedade patriarcal. Neste semblante de opressão, Ema interroga a sua condição e a sociedade em que se insere. Graças ao bovarismo integrante em cada mulher, a força da desobediência queimará o caminho que outrora fora idealizado para si.